A maioria das pessoas que gosta de história, está bastante familiarizada com os nomes de Barba Negra ou de Calico Jack, porém, houve um número expressivo de piratas bem sucedidos que conseguiram evitar os holofotes. Embora não sejam tão famosos como os seus homólogos, esses desconhecidos saqueadores do mar também deixaram suas marcas na sociedade e tiveram enorme influência na região em que operaram. Falamos de piratas tais como...
1 - Pier Gerlofs Donia
Pier Gerlofs Donia, um fazendeiro do século 15, virou-se para a pirataria depois que sua aldeia, uma pequena cidade na Frísia, atual Holanda, foi saqueada, e sua esposa estuprada pelos invasores. Conhecido como "Grutte Pier" ( Grande Pedro) por causa de seu enorme tamanho e força, Donia formou uma milícia conhecida como a Arumer Zwarte Hoop ( em português: Bando Negro de Arum) e lutou contra o Império Romano-Germânico sempre que teve a oportunidade. Quando os suspeitos de serem inimigos eram abordados, Donia obrigava-os a dizer o seguinte: Buter, brea en Griene tsiis: wa't dat sizze parentes net, é Gjin Fries oprjochte. A frase pode ser traduzida assim: "Manteiga, pão e queijo verde: se você não pode dizer isso, você não é um verdadeiro frísio", aparentemente, era muito difícil para holandês e alemães pronunciarem o enunciado corretamente.
Adversário terrível em terra, especialmente com sua Zweihander, uma intimidante espada larga que segundo os relatos teria mais de 2,1 metros de comprimento, Donia era um estrategista meticuloso no mar, perito em capturar navios inimigos. Perto de uma centena de embarcações caíram para a "Cruz do Holandês", sendo que muitos dos navios mercantes capturados foram adaptados para servir como transporte para o crescente exército do pirata. Originalmente determinado a trazer a independência ao povo frísio, Donia, com o passar do tempo, entrou em disputa com os outros líderes da causa e abandonou os interesses da pátria. Em 1519, depois de cerca de quatro anos de luta, ele aposentou-se, vivendo o último ano de sua vida em paz, até que morreu enquanto dormia.
2 - Cornelis Jol
Conhecido pelo apelido carinhoso de "Houtebeen", que se traduz como Perna de Madeira, Cornelis Jol foi um pirata holandês que viveu durante o século 17. (Sua perna foi arrancada por uma bala de canhão, quando ele era menino.) Principalmente focado em atacar alvos espanhóis nas Índias Ocidentais, ele começou sua carreira na marinha holandesa, antes de entrar para a Companhia das Índias Ocidentais em 1638.
Agindo mais como um corsário holandês do que como um pirata propriamente dito, Jol era visto como um herói nacional por ajudar a virar a maré em uma série de confrontos com o espanhóis e portugueses no Novo Mundo. O espanhóis cantavam uma canção sobre ele, que começava com o verso: "Houtebeen é um pirata ruim, que come polvos crus e bebe água do mar." O aspecto mais famoso da vida de Jol como pirata foi justamente sua perna de pau, ele foi um dos primeiros capitães do mar com essa peculiar característica.
3 - Jean Lafitte
Jean Lafitte foi um pirata francês que começou sua carreira logo após o início do século 19, navegando ao redor do Golfo do México sob a não reconhecida bandeira de Cartagena, uma cidade espanhola, na Colômbia, que havia declarado independência. Ele era também um contrabandista, que levava uma série de mercadorias ilícitas, bem como escravos, para os Estados Unidos. Embora ele culpasse o governo americano por tê-lo forçado a entrar para a vida do crime, Lafitte lutou contra os britânicos na guerra de 1812.
Os britânicos contataram Lafitte primeiro, e tentaram convencê-lo a se juntar a eles em batalhas navais perto de Louisiana. Em vez disso, o bucaneiro fingiu aceitar a proposta, recolheu informações importantes e as ofereceu aos americanos em troca do perdão completo dos crimes para ele e sua tripulação. O governo dos Estados Unidos aceitou a oferta; os homens de Lafitte levaram vidas produtivas como cidadão cumpridores da lei após a guerra; Lafitte não conseguiu abandonar os antigos hábitos, ele voltou a praticar a pirataria perto do Texas até 1820. A data, causa e local de sua morte permanecem um mistério.
4 - Laurens de Graaf
Outro pirata holandês do século 17, Laurens de Graaf era um cavalheiro fora da lei que viajava pelos sete mares com violinos e trombetas, os quais tocava para seus homens. Ele começou sua carreira como um marinheiro cumpridor da lei, mas virou-se para a pirataria, depois de perder seu emprego em um navio, e, em seguida, ser capturado por piratas em outro. As fontes divergem sobre sua infância, alguns historiadores afirmam que ele foi um prisioneiro ou escravo dos espanhóis, enviado às colônias da Espanha nas Américas como punição.
De qualquer maneira, de Graaf acabou nas Índias Ocidentais, onde capturou o seu navio mais famoso, o Tigre, originalmente um navio de guerra espanhol de 24 canhões. Durante décadas, ele e seus homens pilharam guarnições e povoados espanhóis e ingleses em todo o Golfo do México e também mais ao sul. Mesmo com um grande número de piratas e outros caçadores de recompensas o procurando, de Graaf nunca foi capturado, mais tarde, ele retirou-se-se para o sul dos Estados Unidos, onde se acredita que tenha morrido.
5 - Roberto Cofresi
Bem conhecido em Porto Rico, Roberto Cofresi era um pirata do século 19, que operou em torno da pequena ilha durante quase toda sua vida. Cofresi tinha a intenção de levar uma vida honesta como comerciante, mas, aos 20 anos, ele começou sua carreira na pirataria, graças às condições econômicas devastadoras em sua ilha natal. No início, Cofresi atacava somente os navios dos Estados Unidos, especialmente os que operavam com a exportação de ouro. O governo local de Porto Rico era espanhol, e pouco esforço fazia para capturar o pirata, ignorando os veementes pedidos do governo americano.
No entanto, devido ao aumento dos maus tratos aos indígenas porto-riquenhos às mãos dos espanhóis, Cofresi começou a saquear os navios da Espanha, provocando a ira da realeza espanhola. Graças a uma intrincada rede de contatos, que levou anos para ser desvendada, o pirata conseguiu evitar sua captura por muito tempo. Parte da dificuldade em capturá-lo pode ter sido o amor do povo para com Cofresi, que é visto como o Robin Hood de Porto Rico. Em 1825, a sorte finalmente acabou: El Pirata Cofresi foi capturado e executado, junto com 11 de seus homens.
6 - François L’Olonnais
Nascido na França como Jean-David Nau, este pirata do século 17 mudou seu nome algum tempo depois de viver como trabalhador escravo para os espanhóis no Caribe. Após ser libertado da servidão, o intenso ódio por todas as coisas espanholas que havia crescido em L'Olonnais há anos, começou a manifestar-se. Além disso, ele também era um homem violento, propenso a demonstrações extremas de tortura e violência para assustar seus inimigos. Certa história conta que ele matou um prisioneiro, tirou o coração do sujeito, mordeu-o, e, em seguida, jogou o órgão ensanguentado em outro prisioneiro.
O saque da cidade venezuelana de Maracaibo é, talvez, a sua façanha mais conhecida, já que a cidade era considerada inexpugnável, graças aos 16 fortes que a protegiam. No entanto, L'Olonnais era um estrategista brilhante e conseguiu dominar os seus inimigos em apenas algumas horas. Igualmente brutal às populações nativas que encontrava, o pirata e seus homens torturaram os moradores da cidade, até que eles lhe revelaram a localização do tesouro. Encantado com sua riqueza recém-adquirida, o pirata continuou a navegar em busca de novas pilhagens, até ser obrigado a desembarcar, depois que seu navio encalhou em um banco de areia nas costa de Darién, no Panamá. L'Olonnais encontrou seu fim na ilha. Ele foi devorado pela tribo Kuna, sendo rasgado membro a membro ainda vivo. Seus companheiros de pirataria tiveram o mesmo destino.
7 - Rahmah ibn Jabir
Descrito como o mais bem sucedido corsário e o ladrão mais tolerado pelas autoridades que já infestou qualquer mar, Rahmah ibn Jabir era um pirata do Bahrein que viveu no final do século 18 e início do 19. Seu clã (Al Jalahma) esteve em guerra com um clã rival (Al Khalifa) por quase 20 anos antes dele se tornar pirata, por essa razão, seu ódio por seus inimigos influenciou a maioria de suas decisões na pirataria.
Por ter a cautela de deixar os navios britânicos em paz e concentrar seus ataques no clã Al Khalifa e em outras tribos rivais, Jabir ibn conseguiu evitar a ira da coroa inglesa. Cerca de 2.000 homens seguiram-no auge de sua fama, a maioria deles sendo escravos africanos libertados. Homem violento, Jabir sofreu uma série de ferimentos graves, perdendo um olho e a maior parte de seu braço direito. Além disso, a enorme propensão do pirata para a brutalidade, acabou unindo outras forças árabes contra ele. Jabir foi finalmente derrotado em batalha em 1820. Resignado com a derrota e determinado a não morrer nas mãos do clã Al Khalifa, Jabir ficou ao lado dos barris de pólvora em seu navio, junto com seu filho de oito anos de idade, então os explodiu, matando a si mesmo, a seu filho, e a toda a sua tripulação.
8 - Olivier Levasseur
Oliver Levasseur, também conhecido como "La Buse" (uma espécie de ave de rapina") foi um pirata do século 18, que navegava em águas perto do Caribe, no início de sua carreira. Ele recebeu seu apelido graças à velocidade e ferocidade com as quais atacava seus inimigos. Forçado a mudar de área por seus próprios companheiros corsários, Levasseur voltou-se para o Oceano Índico, onde suas maiores proezas aconteceram. Foi na Ilha da Reunião, em 1721, que Levasseur capturou o navio português conhecido como Nossa Senhora do Cabo, uma embarcação carregada com riquezas incalculáveis, sendo um bom número delas compostas de artefatos religiosos importantes.
Esse acontecimento foi a gota d'água para as autoridades francesas. Confrontado com um interesse renovado na sua morte, Levasseur foi finalmente capturado, levado para a cadeia, e enforcado como resultado de seus crimes. Pouco antes de morrer, ele jogou um colar com símbolos gravados, que desde então está desaparecido, e também alguns papéis codificados para a multidão reunida para o seu enforcamento, dizendo: "Encontre meu tesouro quem for capaz!" Até o momento, a localização desse suposto tesouro enterrado não foi descoberta.
9 - Samuel Bellamy
Sendo o pirata com a carreira mais breve nesta lista (ela só durou cerca de um ano ou dois, dependendo da fonte), Samuel Bellamy ainda assim foi capaz de deixar sua marca nos livros de história, tornando-se o ladrão dos mares mais rico que já existiu, com uma fortuna de cerca de US $ 120 milhões em ganhos durante seu tempo de pirataria. Bellamy começou sua vida adulta como um caçador de tesouros, mas, não encontrando nada de valor, voltou-se para a pilhagem de navios. Sendo um justo e leal capitão, Bellamy instituiu uma espécie de democracia em seu navio, o que o tornou muito respeitado junto a seus homens. Ele também foi misericordioso para com os capturados em batalha.
Em pouco mais de um ano, Black Sam e seus homens (conhecidos como "Homens de Robin Hood", devido ao fascínio de Bellamy pelo popular herói inglês) capturaram mais de 50 navios, principalmente no Caribe e no Atlântico. No entanto, seu maior feito foi a captura de um navio negreiro inglês chamado Whydah . Repleto com mais de 20.000 libras esterlinas, o navio tinha riqueza o suficiente para durar o resto das vidas dos piratas. Infelizmente, o resto das vidas deles seria apenas de cerca de dois meses. Ao enfrentar uma das piores tempestades da história, o navio naufragou, matando todos a bordo, com exceção de dois dos homens de Bellamy.
10 – Arúj
Arúj nasceu de um pai turco e mãe grega em algum momento na década de 1470. Ele cresceu na ilha de Lesbos, onde sofreu nas mãos dos Cavaleiros de São João, um grupo cristão determinado a travar uma guerra santa contra os muçulmanos do mundo. Depois de ser capturado por eles e ter servido como escravo por três anos, Arúj voltou para sua família, cheio de desejo ardente de vingança. Junto com seu irmão Hizir, ele se tornou um saqueador temido em todo o Mediterrâneo, começando sua carreira como corsário a serviço dos interesses egípcios.
Arúj e seu irmão ganharam o apelido de "Barbarossa", o que se traduz em "barba ruiva". Graças aos seus talento em pirataria, Aruj e seu irmão se tornaram dois dos homens mais ricos da região. No entanto, após uma série de batalhas mortais com várias frotas espanholas, e mesmo muçulmanas, Aruj foi morto em combate, deixando seus ganhos ilícitos para seu irmão. O ato mais notório do pirata foi, provavelmente, a captura da galera de negociação do própria Papa, que ele realizou na costa da ilha de Elba.[fonte]